Chegaram novos livros!
Os livros da minha vida
Henry Miller
O principal objectivo da publicação desta obra é prestar homenagem a um autor que viveu mais do que leu e que classifica como inimigos da humanidade aqueles que enchem a pança de clássicos, ou seja, os homens-burros, carregados de livros e fiéis agentes dos produtores de lixo. Henry Miller insere-se numa estirpe de homens que nunca se extingue. Neles mora a reserva oculta que faz de certos livros a mais potente via de comunicação entre os seres humanos, libertando-os da ignorância. Escrito em 1952, " Os Livros da minha Vida", agora editado pela primeira vez em Portugal, ainda nos surpreende pela defesa actual da urgência de viver.
Uma das primeiras coisas que associo à leitura de livros é a luta que empreendi para os obter. Não para os possuir, bem entendido, mas para os ter na mão. A partir do momento em que a paixão me dominou, não encontrei senão obstáculos. Na biblioteca pública, os livros que queria nunca estavam disponíveis. E, claro, nunca dispunha de dinheiro para os comprar. Conseguir autorização na biblioteca do meu bairro - tinha na altura dezoito ou dezanove anos - para requisitar uma obra tão «depravada» como The Confession of a Fool, de Strindberg, era completamente impossível. Naquela época, os livros que os jovens estavam proibidos de ler eram marcados com estrelas - uma, duas ou três - de acordo com o grau de imoralidade que lhes era atribuído. Suspeito que este procedimento ainda subsiste. Espero que sim, pois não conheço nada mais bem engendrado para nos aguçar o apetite do que este género estúpido de classificação e proibição.» págs. 25, 26
Em Busca do Tempo Perdido' tem múltiplas personagens e peripécias, que se encaixam, que se ramificam como num tema musical e as suas variações, que voltam as mesmas e sempre já outras, ou melhor, um ciclo na arquitectura, montando pedra a pedra, uma catedral incompleta. Embora se possa, naturalmente, dizer que se trata da lenta preparação do narrador, desde criança, para se tornar o escritor da obra que nos é dada. Mas no nosso quotidiano íntimo ou mundano, o que quer que seja que nos aconteça, há sempre um nome que pode vir de Proust, uma situação marcada por um 'antes' familiar, um já escrito.
O Caminhante Solitário convida também a descobrir a paisagem pré-alpina, região da qual são oriundos todos os artistas da colectânea, incluindo o próprio W. G. Sebald que visita, uns anos antes da sua morte, as terras da sua infância.
A Revoada conta-nos a história de uma população que se une para impedir o enterro de um estranho personagem. Um antigo médico, odiado pelo povo, morre, e um velho coronel na reforma, para cumprir uma promessa, empenha-se em enterrá-lo, apesar da oposição de todo o povoado e das suas autoridades.
Como numa tragédia grega, o velho coronel, com a ajuda da filha e do neto, tentará cumprir a funesta tarefa. Através dos pensamentos destas três personagens é narrada a acção, composta pela descrição dos preparativos para o enterro e por recordações de um quarto de século da história de Macondo, de 1905 a 1928, e do ódio nela acumulado.
Ao ouvir a sua música preferida dos Beatles, Norwegian Wood, Toru Watanabe recorda-se do seu primeiro amor , Naoko, a namorada do seu melhor amigo Kizuki.
Imediatamente regressa aos seus anos de estudante em Tóquio, à deriva num mundo de amizades inquietas, sexo casual, paixão, perda e desejo - quando uma impetuosa jovem chamada Midori entra na sua vida e ele tem de escolher entre o futuro e o passado.
Norwegian Wood explora os amores e as aventuras sexuais do estudante Toru Watanabe em Tóquio, nos anos 60. Depois de Kizuki inexplicavelmente cometer suicídio aos 17 anos, Watanabe apaixona-se pela sua namorada, a bela Naoko, quando a encontra em Tóquio, altura em que ambos tentam entrar para a faculdade. Mas Naoko não consegue amar outra pessoa e, enquanto Watanabe tenta fazer novas amizades e começa a trabalhar, Naoko afasta-se ainda mais, acabando por ir parar a um sanatório. Entretanto, a impetuosa e ligeiramente louca Midori entra na vida de Watanabe. Quem escolherá ele para sua companheira? Finalmente, Watanabe consegue reconciliar-se com o passado para poder avançar para o futuro.
Este livro melancólico descreve o amor de um intruso solitário à deriva num mar de tragédia e paixão. Com o movimento contra a Guerra do Vietname como pano de fundo, Norwegian Wood usa uma linguagem profunda para falar de uma pessoa forçada a dar o melhor a fim de transformar os sonhos de um rapazinho no destino de um homem.