Chegaram novos livros!

14-03-2012 14:24

 

Viagem Marítima com D. Quixote
Thomas Mann

 

 
Thomas Mann realizou dez viagens aos Estados Unidos. Na primeira navegou a bordo do Volendam. No decurso dessa viagem o escritor dedicou-se à leitura de uma edição em quatro volumes de Dom Quixote e ocupou-se ainda com a escrita de um diário, a que chamou Viagem Marítima com Dom Quixote, onde, por um lado, expressa opiniões -certeiras, iluminadas, inteligentes -sobre a obra de Cervantes, e, por outro, descreve a vida a bordo e narra pequenos incidentes. Um magnífico ensaio que testemunha o envolvimento de um grande escritor com a obra-prima de outro grande nome da literatura.
 
 

Os livros da minha vida

Henry Miller

O principal objectivo da publicação desta obra é prestar homenagem a um autor que viveu mais do que leu e que classifica como inimigos da humanidade aqueles que enchem a pança de clássicos, ou seja, os homens-burros, carregados de livros e fiéis agentes dos produtores de lixo. Henry Miller insere-se numa estirpe de homens que nunca se extingue. Neles mora a reserva oculta que faz de certos livros a mais potente via de comunicação entre os seres humanos, libertando-os da ignorância. Escrito em 1952, " Os Livros da minha Vida", agora editado pela primeira vez em Portugal, ainda nos surpreende pela defesa actual da urgência de viver.

 
«Estou sentado numa sala pequena, com uma das paredes agora completamente coberta de livros. É a primeira vez que tenho o prazer de trabalhar com algo semelhante a uma colecção de livros. Não há provavelmente mais do que quinhentos ao todo, mas, na sua maioria, representam a minha própria escolha. É a primeira vez, desde que comecei a minha carreira de escritor, que me vejo rodeado por um número considerável dos livros que sempre desejei possuir. Contudo, considero o facto de, no passado, ter feito a maior parte do meu trabalho sem a ajuda de uma biblioteca mais como uma vantagem do que como uma desvantagem.

Uma das primeiras coisas que associo à leitura de livros é a luta que empreendi para os obter. Não para os possuir, bem entendido, mas para os ter na mão. A partir do momento em que a paixão me dominou, não encontrei senão obstáculos. Na biblioteca pública, os livros que queria nunca estavam disponíveis. E, claro, nunca dispunha de dinheiro para os comprar. Conseguir autorização na biblioteca do meu bairro - tinha na altura dezoito ou dezanove anos - para requisitar uma obra tão «depravada» como The Confession of a Fool, de Strindberg, era completamente impossível. Naquela época, os livros que os jovens estavam proibidos de ler eram marcados com estrelas - uma, duas ou três - de acordo com o grau de imoralidade que lhes era atribuído. Suspeito que este procedimento ainda subsiste. Espero que sim, pois não conheço nada mais bem engendrado para nos aguçar o apetite do que este género estúpido de classificação e proibição.» págs. 25, 26
 
 
Em busca do tempo perdido - Volume I
Marcel Proust
 
 

Em Busca do Tempo Perdido' tem múltiplas personagens e peripécias, que se encaixam, que se ramificam como num tema musical e as suas variações, que voltam as mesmas e sempre já outras, ou melhor, um ciclo na arquitectura, montando pedra a pedra, uma catedral incompleta. Embora se possa, naturalmente, dizer que se trata da lenta preparação do narrador, desde criança, para se tornar o escritor da obra que nos é dada. Mas no nosso quotidiano íntimo ou mundano, o que quer que seja que nos aconteça, há sempre um nome que pode vir de Proust, uma situação marcada por um 'antes' familiar, um já escrito.

 
 
O Caminhante Solitário
W.G. Sebald
 
Através de seis retratos inesquecíveis e ricamente ilustrados de Johann Peter Hebel, Jean-Jacques Rousseau, Eduard Mörike, Gottfried Keller, Robert Walser e do pintor Jan Peter Tripp, W. G. Sebald evoca as suas próprias visões, os seus próprios fantasmas, ao mesmo tempo que presta homenagem a artistas cuja vida e obra tanto o intrigaram como o iniciaram. Celebra a seu modo a perseverança, os sacrifícios e o génio com que reinventaram, apesar de tudo, a beleza e a utopia.
O Caminhante Solitário convida também a descobrir a paisagem pré-alpina, região da qual são oriundos todos os artistas da colectânea, incluindo o próprio W. G. Sebald que visita, uns anos antes da sua morte, as terras da sua infância.
 
Revolutionary Road
Richard Yates
 
O primeiro romance de Richard Yates, Revolutionary Road, tornou-se um clássico logo após a sua publicação em 1961. Nele, Yates oferece um retrato definitivo das promessas por cumprir e do desabar do sonho americano. Continua hoje a ser o retrato da sociedade americana. Um casal jovem e promissor, Frank e April Wheeler, vive com os dois filhos num subúrbio próspero de Connecticut, em meados dos anos 50. Porém, a aparência de bem-estar esconde uma frustração terrível resultante da incapacidade de se sentirem felizes e realizados tanto no seu relacionamento como nas respectivas carreiras. Frank está preso num emprego de escritório bem pago mas entediante e April é uma dona de casa frustrada por não ter conseguido seguir uma promissora carreira de actriz. Determinados a identificarem-se como superiores à crescente população suburbana que os rodeia, decidem ir para a França onde estarão mais aptos a desenvolver as suas capacidades artísticas, livres das exigências consumistas da vida numa América capitalista. Contudo, o seu relacionamento deteriora-se num ciclo interminável de brigas, ciúmes e recriminações, o que irá colocar em risco a viagem e os sonhos de auto-realização.
 
A Revoada
Gabriel García Márquez
(prémio Nobel de Literatura)
 
 
 
 
 
O primeiro romance de García Márquez.
 
 

A Revoada conta-nos a história de uma população que se une para impedir o enterro de um estranho personagem. Um antigo médico, odiado pelo povo, morre, e um velho coronel na reforma, para cumprir uma promessa, empenha-se em enterrá-lo, apesar da oposição de todo o povoado e das suas autoridades.

 

 

Como numa tragédia grega, o velho coronel, com a ajuda da filha e do neto, tentará cumprir a funesta tarefa. Através dos pensamentos destas três personagens é narrada a acção, composta pela descrição dos preparativos para o enterro e por recordações de um quarto de século da história de Macondo, de 1905 a 1928, e do ódio nela acumulado.

 
 
Norwegian Wood
Haruki Murakami
 

Ao ouvir a sua música preferida dos Beatles, Norwegian Wood, Toru Watanabe recorda-se do seu primeiro amor , Naoko, a namorada do seu melhor amigo Kizuki.

Imediatamente regressa aos seus anos de estudante em Tóquio, à deriva num mundo de amizades inquietas, sexo casual, paixão, perda e desejo - quando uma impetuosa jovem chamada Midori entra na sua vida e ele tem de escolher entre o futuro e o passado.

Norwegian Wood explora os amores e as aventuras sexuais do estudante Toru Watanabe em Tóquio, nos anos 60. Depois de Kizuki inexplicavelmente cometer suicídio aos 17 anos, Watanabe apaixona-se pela sua namorada, a bela Naoko, quando a encontra em Tóquio, altura em que ambos tentam entrar para a faculdade. Mas Naoko não consegue amar outra pessoa e, enquanto Watanabe tenta fazer novas amizades e começa a trabalhar, Naoko afasta-se ainda mais, acabando por ir parar a um sanatório. Entretanto, a impetuosa e ligeiramente louca Midori entra na vida de Watanabe. Quem escolherá ele para sua companheira? Finalmente, Watanabe consegue reconciliar-se com o passado para poder avançar para o futuro.
Este livro melancólico descreve o amor de um intruso solitário à deriva num mar de tragédia e paixão. Com o movimento contra a Guerra do Vietname como pano de fundo, Norwegian Wood usa uma linguagem profunda para falar de uma pessoa forçada a dar o melhor a fim de transformar os sonhos de um rapazinho no destino de um homem.